Portugal não tem tradição no ballet. Muito menos o Porto, onde nem sequer há ensino público na área. Mas a cidade produz alunos que vão ao estrangeiro mostrar que valem tanto ou mais do que os russos, os orientais, os brasileiros. O exemplo mais recente foi a participação na final do Youth America Grand Prix (YAGP), em Nova Iorque. É a maior competição de escolas a nível mundial.

Aluno da Escola de Bailado Espaço Dança (que levou seis ao YAGP), Rodrigo ainda não tem idade para o circuito das provas de topo, como o Prix de Lausanne. Mas percebeu que a concorrência e a exigência são fortes. "Isso vai melhorar a qualidade e fazer--nos trabalhar mais, porque eu também tenho de ser muito bom", disse, ao JN.
Andar por Times Square, estar ao lado de vedetas como Miko Fogarty ou visitar a Estátua da Liberdade são momentos que a colega de escola Teresa Borges não deverá esquecer tão cedo. Nem o facto de ter saído do YAGP como a bolseira mais nova. "Foi cansativo", atira, para logo dizer que gostou muito do concurso em si, mas também das aulas e de ver atuar as outras bailarinas.
Alunos da Escola Domus Dança, Frederico Loureiro e Diogo Oliveira foram os outros bailarinos a obter bolsas (ver todos os casos abaixo), na prova norte-americana. Num contexto completamente diferente, porque enviou candidatura, Maria Fidalgo merece igualmente referência neste espaço. A aluna da Academia Fernanda Canossa garantiu lugar no primeiro estágio de verão da Ópera de Paris.
Sofia Marques dos Santos, diretora da Escola de Bailado Espaço Dança, não tem dúvidas: "O Porto está a dar cartas. Estamos com muita vontade de trabalhar e temos excelentes alunos". No seu entender, a justificação reside na "atitude nortenha de arregaçar as mangas e fazer alguma coisa pela dança clássica e contemporânea".
Por seu turno, Alexandre Oliveira, codiretor da Escola da Domus Dança, alude a uma "coincidência de fatores": o Porto tem "um mercado muito maior de escolas de dança/ballet, comparando com Lisboa", o que permite espaço para as que queiram "desenvolver um trabalho mais profissional". A isso acrescenta os "profissionais capazes" e uma "mentalidade que permite encarar a formação séria em dança como algo natural".
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